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// On :segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

INTRODUÇÃO (ATUALIZADA EM 28/03/2014):

Refaço aqui a guisa de introdução, uma vez que andaram lendo este texto e distorcendo-o para me acusarem de fazer apologia ao estupro (que falta de criatividade, hein?!?...) Pior é lerem, comentarem, achincalharem, e não botarem o devido crédito dx autorx. Plágio é crime, sabiam?! Da próxima vez que me citarem, pelo menos coloquem o link daqui, que eu também quero ficar famosa.

Obrigadx pela preferência, voltem sempre!

às radfems, terfs e feministas formadas lendo 50 Tons de Cinza- ósculos e amplexos!

Divirtam-se lendo o texto completo no seu contexto ORIGINAL:

OBS: vcs também podem me xingar na área específica logo abaixo do texto (na parte escrita "deixe seus comentarios"). Não precisa comentá-lo noutros lugares. Garanto que dará bem mais visibilidade ao seu mimimi... #fikadika ;)

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Ave Butler! Hail Derrida!

Que a vida é em parte um baile de máscaras, com as quais nos seduzimos uns aos outros, e nos enganam os diante do espelho, é sabido. O perigo reside na hor em que a ultima das máscara cair, e tivermos que ver, nos grandes espelhos, um rosto preso ao nosso corpo, mas que parece não ter nada a ver conosco
 (Lya Luft)
Ano de 2013 acabando e tenho muitas coisas a dizer. Essa ano foi bem atípico (alguma ano já foi típico?) aprendi muita coisa e vivenciei cenas bastante intensas, das quais falarei mais adiante. Vou minimamente comentar sobre um fato bastante lastímável, embora de caráter subjetivo (o que não é subjetivo?) e que acabou por me atirar num furacão, numa guerra  interna e contra a sociedade pelo direito ao prazer(ui!) me levando à contestar meu espaço na sociedade pós-moderna, libertinóide e hipócrita na qual vivemos. Não precisarei provar nada, pois não faço acusações formais, ultimamente estou mais apelando pra pancadaria generalizada. Apresentarei apenas a minha versão, a que importa, pois estamos falando de subjetividades, a MINHA subjetividade.

Sempre fui muito mal nas aulas da faculdade e não conseguia entendia o por quê, longe de querer botar a culpa nos outros, pois sou bastante desleixadx e desorganizadx mesmo, até já pedi ajuda junto a instituição com esse meu problema. No primeiro semestre de 2013 percebi que estava sendo vítima de  exclusão por parte dos colegas. Precisava fazer um trabalho em equipe e as vésperas do prazo de entrega, descobri que minha equipe não era miha equipe, mais que excluídx, fui desmentida pelas outras meninas que até entao iriam fazê-lo junto comigo. E pior, a professora, conservadora, pois não aceitava usar em sala meu Nome Social, ainda me mandou "me virar", por que o trabalho valia toda nota do semestre. No final consegui achar outra equipe e fui aprovadx na disciplina, mas o caso já tinha me deixado em posição de defensiva. Já tinha percebido que havia algo de podre no Reino da Dinamarca..

No segundo semestre já comecei totalmente abaladx com a perspectiva que ainda não tinha percebido de estar sendo exclusa do ambiente acadêmico. Inscrevi-em em pouquíssimas disciplinas, das quais acabei por desistir, mesmo gostando do conteúdo e dos professores. Foi aí que houve a reviravolta terrivel que me levou à revolta: como a turma com a qual entrei para a faculdade havia sido praticamente desfeita, além de não me sentir bem naquele meio, então "adotei" outra turma pois estava desperiodizadx e já tinha feito mais disciplinas com esta. Achei que nesta seria bem recebi, até porque haviam vários LGBTs; Pois, para minha surpresa e revolta, haviam organizado um churrasco e sequer me convidaram. Pior, durante o entrevêro, ainda tentar de toda forma me comprovar burocraticamente que eu não pertencia áquela turma.

Podem pensar "mas você fez tanto escândalo por que pessoas não te convidaram pra uma festa?Ignore-as" Errado! Foi absolutamente necessário! Um churrasco, num espaço hipersuxualizado como de uma turma de faculdade nunca é apenas um churrasco. Estou lendo um livro bastante interessante chamado "Politica sexual da Carne" e entendendo como as relações de gênero e sexualidade se dão no  espaço dos comensais de carne. Senti-me coisificads. Senti-me assexualizadx. Senti-me invisibilizads. Foi aí que explodi, numa explosão vulcânica de ira que estava a explodir desde que tinha meus 15 anos, que meu lado mais animal floresceu de forma violenta, que minha fome por sexo e afetividade, por ser vista, ser sentida, ser (re)humanizadx aflorou da forma mais violenta. "Me odeiem, mas não me ignorem..."

Foi nesse momento que me lembrei de que tinha uma arma que chamo e considero, talvez erroneamente como a melhor para me defender desse processo de assexualização, deste anti-bulliyng excludente: o pornoterrorismo. Resolvi denunciar a atitude perguntando via Facebook o por que de tanta transfobia, no que tentaram me rechaçar e atacar, inclusive levando o caso ao coletivo LGBT que ajudei a fundar na Universidade, como seu meus companheiros de luta não fossem tomar minha dores e entender meu sofrimento. Decidi que a hora para romper com as relações de poder que me excluiam havia chegado



Me passou na hora pela cabeça, "o que a Divine (estrela do filme porno-trash Pink Flamingos) faria no meu lugar?" Pois, se pela lógica a negação do desejo é a estratégia do sociedade cis-normativa para nos normatizar, nos desempoderar, nos matar aos poucos, a resposta deveria vir de forma contundente, viva, pornográfica, reempoderadora, auto-reafirmadora de minha sexualidade. Aproveitei um momento em que alguém tinha feito uma alusão à letra da Waleska, "eu vou pro baile sem calcinha", na comunidade da Chopada da História- o Cammasutra (não sei o por quê desse nome por que é um espaço totalmente heteronormativo excludente, chato e elitista) e tasquei o seguinte texto:

"Gente, eu só vou ao CammaSutra se rolar sorteio de boquete (leilão é para fracos e nós temos que dar espaço as classes menos favorecidas) e se tiver área de nudismo/naturismo com mete-mete sem consentimento, sem discriminação, sem compromisso, sem frescura, sem heteronormatividade. Apenas mão na mão, mão naquilo, aquilo naquilo, linguas nas linguas, linguas naquilos. Apenas corpos em busca do prazer. Sem regras, sem proibições, sem discriminações,apenas corpos e prazeres. Nada de poderes,apenas prazeres.
Nem venham pro baile sem calcinha que tirar faz parte do ritual. Imagina baixar levemente a calcionha de vcs, com uma linguinha sedenta roçando na xaninha úmida Gang bang nervoso pra comemorar a vida, sem moralismo e sem regras. Sem apareñcias. Picas duras massageando as cara de homens e mulheres, machões héteros barbudos sendo fodidos emcima do palco, subjulgados pelo próprio desejo proibido a muito reprimido
Amores, estão achando engraçado? Riam e saibam que o riso, bem o sei (eu e Freud) nada mais é que ejaculação incontrolável de vossos recalques, vossas desejos proibidos, o refugo que amam guardar como tesouros.
Só irei se meu gozo for servido junto com champanhe e o liquido inebriante de vossas vaginas estiver sendo sorvido junto aos colarinhos da cerveja. Se irei quando o vulgar estiver liberado e os profetas da liberdade revolucionária estiverem engasgados com a propria moralidade machista. Só irei quando puder assassinar aos poucos matar de prazer e sem ar. Foder é preciso, respirar não é preciso. E tudo sem consentimento, apenas nosso prazer.
Ainda ri? Riremos juntos. Ou verem que ri por ultimo..."

Quebradeira geral. Bomba barulho, confusão. Muita gente não entendeu o que estava rolando. Muita gente achou que meu Manifesto político pelo gozo trans* fosse mera ironia. Descobri que sou "barraQUEERa" (atorón!). Alias, acho que toda pessoa LGBTQWY267P tem o dever moral de ser "barraQUEERx". Teve gente que entrou na brincadeira e pediu pra galera pelo menos levar camisinha, hahahaha... Depois ainda criei a campanha "This is a Xana" para ironizar a camiseta machista do CA que apresenta um barbudão nervoso berrando "This is Sparta!" (reproduzida acima) e que levarei adiante, reproduzindo a figura na minha camiseta.

Mas não falarei agora sobre isso, prefiro aproveitar para falar sobre processos de repressão sexual, de como o espaço acadêmico, entendido como espaço de socialização se utiliza dos desejos para controlar s pessoas.
A coisa mais fácil do mundo é trabalhar com o tema da sexualidade nos espaços acadêmicos sob uma perspectiva antropológica. Basta entrar no seu CA/DA ou numa festa da turma com um bloquinho de anotação e fazer a festa. 10 entre 10 frases ditas pelos universitários brasileiros se refere direta ou indiretamente à sexo e afetivididade, na maioria das vezes de forma colonizadora,  objetificante, pejorativa, heterofascista. Presenciei vários absurdos, desde falas sexistas de gente que queria me impor que conhecia a "essência feminina", até "colecionadores de bucetinhas". Vi meninas recatadas praticamente arromanbando a cuna para os machões revolucionários. Mas se uma pessoa trans* ousar de forma  politicamente agressiva (como reação espontânea a essa norma machista) pedir a bucetinha da mesma garota pelo Facebook, ela logo se torna "estupradorx". Interessante, acusar pessoas trans* e queer de ser estupradorxs parece que virou moda.Engraçado, não por acaso...

Falar sobre sexo nesses espaços tão hipossexualizados é tornar o indivíduo inteligível, humano, digno de existência. E não exagero quando digo falar em vida e morte, pois já demonstrava Titio Freud que o instinto de preservação da espécie acaba falando mais alto. Quando digo isto, me lembro por exemplo do caso de uma menina que se suicidou se jogando do alto do prédio da UFPR em 2012, e que ninguem conhecia. E como absolutamente tudo nessa vida tem alguma ligação com sexo, denuncio: não se pode desejar o que não se pode ver. Esses espaços dividem as pessoas em dois grupos bem distintos: os desejáveis e os toleráveis. Romper com esses padrões, se negar a ser usado como boneco, é literalmente cometer um crime contra o Universo. Por isso nos autoestupraremos uns aos outros.

Ano que vem tem mais luta, pois percebo a importãncia do que faço e a centralidade da sexualidade nas relações e humanas e preciso sobreviver de alguma maneira. Ficar me conformando com guetos como o ENUDS, onde, mesmo "pegando" muita gente só rola coisa superficial não me basta mais. Quero e preciso de holofotes. quero e preciso de poder. Por que não um "esporraço" à la Pink Flamingos nas cadeiras e sofás do CA?  Por que não um ato pornoterrorista no próximo Cammasutra? Se já consegui tudo isso me expressando só por escrito, imagino quando assumir uma posição ainda mais paupável e radical. O que não pode é deixar-se sucumbir à hipocrisia e à hetero/cisnormatividade.

"Amanhã será maior!"

"Just Can't Help It! Girl Can Help It!"


"Me amem, me odeiem, mas nunca me ignorem"
"Eu sou passiva, mas meto bala"
"Bucetiiinhaaaa!!!"

Em 2014 tem mais.


Desbundai e putiái!

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